quinta-feira, julho 24, 2014

A problemática do "não"

Sou uma daquelas pessoas que tem imensa dificuldade em dizer “não”. Sei que é um defeito mas vivo com ele. Estou sempre a dizer que vou mudar, que vou ser mais firme, mesmo que isso magoe, desiluda ou aborreça alguém, mas o certo, é que acabo quase sempre atormentado por não o conseguir dizer.

O que me está a acontecer agora é uma dessas situações, de contornos muito pessoais e de consequências sérias, já que mexe com sentimentos de duas pessoas de quem gosto e que não queria nada magoar. No entanto sinto que quanto mais prolongo a situação, mais a complico.
Nesta minha doença, no período de fragilidade, primeiro enquanto estive em casa e depois enquanto estive no hospital, tive o apoio muito grande de duas mulheres.

A primeira, uma moça que tem andado no meu encalce. Tem feito de tudo para me agradar e para estar presente na minha vida. A minha doença, principalmente durante o período em que estive sozinho em casa, foi uma boa oportunidade para ela, e eu não pude recusar o seu apoio, que ainda hoje agradeço.

A segunda, a minha ex-namorada, que quando fui internado, me pediu para me visitar. E veio uma vez, e no dia a seguir e no dia seguinte, e no outro. Agora que estou em casa tem feito questão de me apoiar nas coisas básicas, todos os dias. E todos os dias, a outra moça quer saber como estou e faz questão de me ver também.

Por muito estranho que pareça, nenhuma delas é da minha cidade e mais estranho ainda, são da mesma cidade… Pedem-me para me vir ver, trazem comida feita para o “doentinho” e mais uns mimos e esperam… esperam por aquilo que eu não posso dar.

Se com uma delas não quero partilhar nada mais do que uma boa amizade, com a outra tenho muitas dúvidas que duas experiências, que não resultaram, possam agora transformar-se numa relação de sucesso.


Assim sendo, custe muito ou pouco, vou ter de dizer uns “nãos” , quanto mais não seja por respeito a essas duas pessoas, certo?

3 comentários:

Dúvidas existênciais

Serei assim tão desinteressante? Sei que não sou uma pessoa cativante, pelo menos numa análise superficial, mas será que perco assim tanto p...