quinta-feira, setembro 29, 2011

Balançando na corda de um casamento

Fazendo uma espécie de balanço do meu casamento de 15 anos, que confesso, ultimamente não tem passado pelos seus melhores dias (tendo já tido até momentos muito maus), vou aqui no meu rascunho, listar as coisas boas e más que encontro na minha mulher.

Será legitimo avaliar um casamento apenas pelas características da mulher? Talvez não, mas é um começo. Enfim, nem sei sequer se é o começo mais apropriado. Podia começar por mim ou pela vida a dois, mas este blogue é meu e eu escrevo o que quero, ok?

Aqui no blogue vocês só vão ver números que irão evoluindo à medida que penso nas coisas. Não as vou expor aqui porque não gosto disso. Para vocês serão só números. Coisas boas e coisas más.

Aspectos positivos: 8
Aspectos negativos: 16

É engraçado que fazendo a lista, reparo que muitos dos aspectos negativos têm um lado positivo. Por exemplo, se por um lado digo que é negativo o facto dela investir pouco na sua imagem, por outro, e por consequência, acabo por considerar positivo o facto de ser poupadinha, situação que mudaria completamente se, de repente, começasse a invadir todo o tipo de lojas de roupa e acessórios. Isto não vai ser fácil...

segunda-feira, setembro 26, 2011

Pois é...


Curioso, o filme que vi este fim-de-semana.

sexta-feira, setembro 23, 2011

Caminhadas

"Estou apaixonado, mas acho que é pela pessoa errada. Mesmo assim, sinto-me leve e feliz."





Isto é uma coisa que nem toda a gente consegue, isto é, a capacidade de se deixar partilhar em vez de trair. Dá para compreender? Não pois não...:))

Say a word or two to brighten my day



I don't wanna be adored
Don't wanna be first in line
Or make myself heard
I'd like to bring a little light
To shine a light on your life
To make you feel loved

No, don't wanna be the only one you know
I wanna be the place you call home

I lay myself down
To make it so, but you don't want to know
I give much more
Than I'd ever ask for


Will you see me in the end
Or is it just a waste of time
Trying to be your friend
To shine, shine, shine
Shine a little light
Shine a light on my life
And warm me up again

Fool, I wonder if you know yourself at all
You know that it could be so simple

I lay myself down
To make it so, but you don't want to know
You take much more
Than I'd ever ask for


Say a word or two to brighten my day
Do you think that you could see your way

To lay yourself down
And make it so, but you don't want to know
You take much more
Than I'd ever ask for

quarta-feira, setembro 21, 2011

Suspiro… (e desabafo por meias palavras)

Ai, ai,….



Que faço eu agora? Qual é o meu caminho da felicidade?




(O desabafo e as meias palavras ficaram no rascunho...)

terça-feira, setembro 13, 2011

Estudo de opinião

Não sei se já alguma vez aqui referi, que tenho, infelizmente em herança, uma pequena quinta, com uma simpática casa no cimo do monte. É o sítio onde mais facilmente descarrego as minhas energias negativas. O que eu nunca aqui disse é que há cerca de um ano aluguei a casa (não a quinta) a um jovem e bonito casal de Lisboa. (bem, ela é bonita, a filhota também, quanto a ele já não tenho assim tanta certeza, mas dou o benefício da dúvida).

A certa altura, quase logo no início, manifestaram vontade de fazer uma horta e pediram-me um cantinho para a fazerem. Eu, todo entusiasmado com a ideia, não só escolhi o melhor cantinho, como ainda o preparei e lavrei. A terra ficou fofinha, pronta a cultivar.

Foi então que, num dado fim-de-semana, estando eu perto da futura horta, entretido com outro trabalho qualquer, vi aproximar a minha inquilina e uma cunhada, que por lá estava a passar o fim-de-semana, ambas equipadas a rigor, com umas botas de borracha xpto, plantinhas de viveiro e cada uma com uma ferramenta. Uma trazia uma forquilha e a outra, uma picareta.

Eu nem sabia se havia de rir ou de chorar. Rir pelo cómico da situação ou chorar, pela certeza de quem ia ter que fazer aquela horta seria eu!

Mas uma dúvida ficou para sempre. Qual seria a verdadeira intenção das moças?


1. Sabiam perfeitamente o que faziam, e resolveram vestir o papel de inocentes urbanas, gozar com a minha cara de “Toino” e puseram-me a cavar para elas;
2. Eram de facto inocentemente urbanas e pensavam mesmo que aquele era o material necessário para fazer uma horta;
3. Então a forquilha e a picareta não são as ferramentas ideais para iniciar uma horta?
4. O que é uma forquilha e uma picareta?

quinta-feira, setembro 08, 2011

Ensaio

Durante alguns anos e perante uma sentida indiferença por parte da sua mulher, de cujo amor nem sequer tinha dúvidas, (achava apenas que ela tinha um problema egocêntrico, que desequilibrava a relação (e quem não tem?)), desejou encontrar alguma forma de provocar algum ciúme nela. Pareceu-lhe uma forma suave de lhe dar a entender, que ele tinha também, um centro de gravidade. Sempre preferiu que as pessoas entendessem as coisas por elas próprias do que ter de lhes dizer, olhos nos olhos, aquilo que pensava, apenas porque sentia que assim, obteria uma reacção espontânea e não forçada por uma imposição.

De qualquer forma nunca encontrou nenhuma forma de o fazer, nem teve sequer a coragem necessária para a procurar. Mas cada vez sentia que merecia mais atenção do que a que lhe era dada, e pior, cada vez sentia uma maior indiferença.

Mas a vida não pára e de repente, numa reviravolta só mesmo possível em histórias de blogue, ele deparou-se com uma sequência extraordinária, de casos de assédio. A maior parte desses casos eram totalmente inocentes, mas outros, davam-se de forma séria e descarada, de tal forma que o “clic” que ele tanto procurava se deu. Ela percebeu finalmente que o casamento no papel, só por si, não garantia a eternidade da relação, e que para que este durasse, tinha que o “alimentar”, e mais, apercebeu-se que ele era ainda um homem capaz de causar atracção, e também que ele, talvez de tanto se sentir ignorado na relação, estava mais disponível para elas.

E finalmente ela reagiu, só que a sua reacção não foi a mais sensata. Foi tomada pelo pânico e em vez de lutar, voltando a atraí-lo, atacou-o com agressões constantes de ciúmes. E claro, a estratégia não funcionou. Se ele já se sentia perdido naquela relação, naquele momento, em vez de perdido começou a ver apenas uma luz num fundo de um túnel. Um túnel que era a porta de saída.

No fundo ele só queria atenção, mimo e admiração. O que ele queria era voltar a tê-la alegre, voltar a tê-la com amigos, voltar a tê-la descontraída, voltar a tê-la com vontade de sair à noite, beber um copito e depois dizer umas parvoíces, voltar a tê-la arranjada, sensual. Voltar a tê-la a tempo inteiro para o casamento. Só isso…

quarta-feira, setembro 07, 2011

Pode ser a gota d'água

Voltei lá

Isso mesmo. Mais de vinte anos depois voltei à praia onde, em plena adolescência, passei dos momentos mais felizes da minha vida.

Este “regresso ao passado” começou no facebook, com muita gente a aderir, mas em cima da hora, éramos pouquinhos para o almoço. Eu nem sabia bem quantos seriam, mas fui na mesma. E não me arrependo.

Naqueles quatro anos em que passei por lá as minhas férias de Agosto, vivi um registo, impressionante para mim, de troca de beijos de verão e de “amassos”, com quatro miúdas diferentes. Das 5 que foram ao almoço, 2 delas estavam lá. Eu, curiosamente, era o único homem. Almoçámos e passámos a tarde inteirinha na esplanada da praia a conversar, a reviver os momentos antigos, a contar os momentos da vida que nos tinham levado até ali e a fazer vagos planos para o futuro.

Gostei, de estar com elas, de saber delas e dos outros (porque cada um de nós sabe sempre alguma coisa de um outro), mas gostei também de conviver com aquela gente. Gente tão diferente desta gente aqui do interior, gente com uma mentalidade moderna e descomplexada, a que toda a vida eu estive habituado e que à custa de mais de 20 anos por estes lados, quase me esqueci que existiam. Por isso ri, ri muito e falei, falei muito e descontraidamente, e isso foi, para mim como lavar a alma. Vim de lá leve e feliz.

Da melancolia do dia seguinte, falo depois.

segunda-feira, setembro 05, 2011

Domingo em Havana



O Hotel Sevilla, onde estávamos instalados, tinha tido um passado imponente, antes da nacionalização, logo após a revolução de 1959 de Fidel e seus companheiros. Uma foto, no átrio principal, mostra o Comandante comemorando com os funcionários do hotel, a fuga dos proprietários. Com uma limonada (azeda, digo eu). Outras fotos mostram personalidades importantes dos anos 50. Por aquele hotel passaram figuras como Al Capone e Graham Greene. Este último chegou mesmo a escrever um romance centrado nesse hotel – O nosso agente em Havana. Outros tempos. Hoje os empregados são funcionários públicos, certamente mal pagos, e o hotel acaba por reflectir isso mesmo. De qualquer forma bastante bom para a cidade em questão. Além disso está muito bem localizado. Mesmo no centro da cidade, tem uma das fachadas viradas para a grande avenida “Passeo del Prado”, uma avenida, com um passeio largo ao centro, arborizado e empedrado.

Era para essa avenida que estava virado o meu quarto e num fim de tarde de um normal Domingo, enquanto tomava banho e me vestia ouvia, vindo da rua, um som latino de tango. Assim que me abeirei da janela pude ver que, mesmo por baixo, no meio da Avenida, estavam a fazer o que mais tarde vim a saber, era uma Milonga (se não sabem o que é, Google it).

Lá de cima via vários casais a dançar tango e até aqui tudo normal, e como estava já despachado e à espera do resto das pessoas, resolvi ir ver mais de perto e digo-vos, o que vi, alterou tudo aquilo que eu pensava sobre dança. Agora, como é que vou conseguir explicar isso?

Nem tudo o que se sente, o que nos emociona se explica por palavras, ainda por cima, escritas. Mas eu, que nunca fui muito dado a danças, pela primeira vez consegui captar um sentido, um sentimento na expressão dos intérpretes. No meio daquele exotismo, daquele calor tropical, fiquei fascinado com o movimento dos corpos, com a sensualidade que deles transparecia e perguntava a mim mesmo se depois daqueles movimentos, seria possível um casal não continuar outro tipo de danças num outro local mais discreto. Tal era a cumplicidade de uma dança que, na sua forma mais perfeita, parecia parte de um "pré" preliminar, de algo ainda mais intenso.

Vejam as fotos e tentem imaginar. Não sei se conseguem, mas para mim é uma imagem e um sentimento que nunca mais esquecerei. Marcante.






quinta-feira, setembro 01, 2011

Fantasia de Carnaval



Havana, Cuba. Noite quente e húmida. Carnaval na cidade (pelos vistos, em Cuba, o Carnaval é quando um homem quer). Uma multidão de cubanos a participar no desfile e outra ainda maior a assistir. Poucos turistas no meio de toda aquela confusão.

E no meio dessa confusão reparo numa mulatinha a olhar-me de uma forma descaradamente sedutora. Tudo isto com a minha mulher ao lado, felizmente, distraída por uma conversa com um grupo de cubanos que animava o meu grupo. Eu, como sempre, perdido na multidão, nas cores, nos sons, nos ritmos, no calor húmido.
A moça insiste e eu fico com vontade de lhe “dar trela”, apenas para ver até onde aquilo pode chegar. Como quem joga um jogo arriscado.

Ela manda-me beijos pelo ar e eu respondo com sorrisos envergonhados, mas de cada vez que olho, estamos mais perto. Tão perto que já estamos encostados lado a lado e falamos. Fala ela. Faz perguntas e responde com propostas indecentes. Eu respondo sempre “não é que não queira, mas não posso passar daqui.” Ela pergunta-me onde vou estar mais logo, amanhã, depois,… Eu desconverso com perguntas banais. Ela vai dando beliscos pelo meu corpo e provocando. Difícil resistir, difícil disfarçar… Ela tem um paninho daqueles que quase todos os locais usam para secar a humidade que corre pelo corpo e passa-o pela cara, pelo pescoço, pelo peito e eu quase agarro o pano para me secar a mim também. Tento distrair-me com desfile de carnaval e quase consigo. Nalguns momentos consigo mesmo, mas ela volta a aproximar-se. Perdi a noção do tempo. Não sei quanto tempo durou este jogo. 10, 15, 20 minutos.

Ela era do grupo de cubanos que estavam a conversar com o meu grupo de 6 pessoas. Ninguém se tinha apercebido e no fim ainda fomos apresentados. Que adiantava? Eu já sabia o nome dela e conhecia as suas intenções. Lisandra e finalmente trocámos uns beijos. Inocentes na atitude mas não na intenção. Inocentes beijos na cara.

Agora a história a frio. É claro que ela não se apaixonou por mim naquele instante. Eu sabia e ela sabia-o melhor ainda. O dinheiro do turista vale muito mais do que o dinheiro deles e infelizmente aquela gente aprende, desde cedo, a sacá-lo. E nós, homens, somos alvos fáceis. Eu apenas estava mais à mão, no meu isolamento. E mais, afinal nem todos tinham passado sem se aperceberem. Um dos meus primos (o único homem da minha idade) também deu conta, (vá-se lá saber porquê). De resto passámos despercebidos, mas eu contei tudo a todos. Se calhar fiz mal.

No entanto, para mim, guardo o momento e a fantasia.

Dúvidas existênciais

Serei assim tão desinteressante? Sei que não sou uma pessoa cativante, pelo menos numa análise superficial, mas será que perco assim tanto p...