sexta-feira, janeiro 18, 2008

Mãe



A minha Mãe era uma pessoa especial. Muito inteligente, corajosa e com uma energia transbordante. Viveu sempre à frente do seu tempo e talvez por isso nem sempre tenha sido bem compreendida por todos. Foi assim quando insistiu em tirar a licenciatura, foi assim quando se divorciou, e criou os 3 filhos sozinha, foi assim quando quis viver na quinta, foi assim quando achou que era tempo de começar gozar a vida, foi assim numa imensidão de decisões que tomou. Desbravou sempre o seu caminho, com todas as suas forças, muitas das vezes, completamente sozinha, mas totalmente determinada. Talvez por isso tenha esgotado as energias antes do tempo. Muito cedo. Muito antes de cumprir todos os seus sonhos. E ainda lhe faltavam cumprir tantos…

Custa menos a despedida quando me lembro que, nesta última semana, ela estava feliz. Sem dores, da maldita ciática, que a andava a moer, fazia planos para o futuro, falava em podar as roseiras e ouvia e dançava as valsas que tínhamos visto juntos no início da semana. Ela estava a enfrentar a vida como sempre tinha feito. Mas a vida escolheu-lhe outro destino. Espero que seja um destino lindo e cheio de paz.

Esteja onde estiver, tenho a certeza que está bem. Está perto das pessoas de quem tinha tantas saudades e de lá sei que continua a tomar conta de todos nós, como se ainda cá estivesse.

Nem sempre bem, fiz sempre os possíveis para a fazer feliz e acho que a Mãe sabe que é verdade. Na quinta só faltaram mesmo as galinhas. Mas o resto estava lá. As árvores que plantámos juntos perpetuam a nossa ligação.


Mãe, daqui mando-lhe um beijo do tamanho da distância que nos separa.


Até sempre.

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Vazio

Ás vezes acordamos tristes e nem sabemos bem porquê. Uma melancolia, um vazio,.. Terá sido alguma coisa dos sonhos? Ou pior, será algo que e...