segunda-feira, julho 02, 2007

Vertigem

A infidelidade está para mim tão distante que chega a ser um mistério. Uma história de livro. Pura ficção.

Está distante porque não entendo como se faz a abordagem a uma mulher casada (comprometida). Se a uma mulher solteira também nunca percebi muito bem, menos ainda a uma casada.

Vá, se calhar até percebo.
As coisas acontecem, não é?
A intimidade vai crescendo.
De repente sente-se uma atracção a ir e a vir.
Cruzam-se os olhos e por um momento, pousam um no outro.
Soltam-se sorrisos nervosos e se estão perto, muito perto, pode acontecer.
Respiram-se.
O coração bate depressa e chega-se a um ponto sem retorno.
Perde-se a noção do espaço, do tempo e do perigo.
Agora já não procuram nada.
Já não há racionalidade.
Deixaram-se envolver pelo jogo de sedução porque pensavam poder parar quando quisessem.
Era um passatempo.
Não pararam.
Não porque não quisessem mas porque não conseguiram.
Despediram-se dezenas de vezes.
A última despedida foi a do casamento e dos filhos.
Juntaram os cacos e quando entraram na rotina tiveram a estranha sensação de já terem vivido aquela vida.

3 comentários:

  1. Outro sonho?! :p

    Se não é um sonho...então conta...já estou curiosa.

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  2. Não, desta vez não é um sonho.
    Partindo de um caso real, um triângulo amoroso de que tive conhecimento (ao contrário de um dos vértices que ainda não sabe de nada), inspirado num livro do Jorge Amado que estou a ler, resolvi fazer a minha própria ficção. Nada mais.
    Desiludida? :-)

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  3. Não...adoro estórias, já te disse que sou como as crianças :D

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