sexta-feira, dezembro 29, 2006

Desilusão (continuação do anterior)

Foto: em "opiolhodasolum.blogspot.com" por Zé do Norte


Nos primeiros tempos, depois do verão, cheguei a pensar que a relação continuaria. Chegámos a encontrar-nos em Aveiro, num fim-de-semana em Setembro, mas depois disso o contacto perdeu-se, já não me lembro porquê, mas tenho uma vaga ideia que assim tinha ficado combinado, porque ela, tinha namorado, que por algum motivo ($$$$), não estaria interessada em largar e portanto, para não dar “bandeira”, simplesmente não comunicávamos. Mas eu, na minha louca paixão, a meio do ano, resolvi escrever uma carta, onde me declarava totalmente apaixonado, incapaz de viver aquele afastamento, expondo-me de uma forma que, mais tarde, acabei por me arrepender. Não obtive resposta, mas isso não refreou os meus sentimentos.

No verão seguinte, voltei à praia. No meio da minha timidez exagerada e envolvido por uma ansiedade desesperante, não fui capaz de voltar a cativá-la.

Mas a tristeza da história não ficou por aqui. A parte pior foi quando me apercebi que ela me tinha trocado pelo meu amigo, com o qual partilhava uma minúscula tenda no parque de campismo de Pedrógão. A rejeição, por si só, já era má, mas a troca, e ainda por cima pelo meu amigo foi demais! Quase insuportável, mas acabei por manter a postura, fingindo que também não estaria interessado nela, mas, durante a noite sonhava que espancava o meu companheiro de tenda. Mas no fundo, nunca fiquei zangado com o meu amigo, porque tenho a certeza que não o fez premeditadamente. Simplesmente aconteceu. Apenas fiquei desiludido com ela que, depois de me ter despertado para a paixão e para o amor, acabou por também me mostrar o outro lado de tudo.
É sempre assim, não é?

2 comentários:

  1. quase sempre, infelizmente mas..."Amores de Verão enterram-se na areia"
    Boas entradas em 2007

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  2. Nunca nos «expomos demais». A pessoa a quem se dirige a nossa exposição poderá não a merecer, mas nós merecemos sempre fazê-lo. Porque é o que sentimos e porque o que sentimos não devemos refrear. O amor dá-se. Se é recebido ou não é secundário.

    Um beijinho directamente da outra nuvem.

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